segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um ano sem Juvêncio

É me desculpando por uma suposta pretensão, pela qual me espelhei para iniciar este blog, que lembro que fez um ano que Juvêncio Arruda, autor do Quinta Emenda, se foi. É incrível mas é verdade. Aos 13 dias de julho do ano passado, um dos mais influentes e divertidos jornalista do Brasil parou de escrever. Já faz um ano. Como passou rápido. Quantas coisas aconteceram e como seria bom ter lido sobre elas no Quinta Emenda, ou no Twitter do Quinta Emenda.

Aos saudosos como eu, informo que o blog ainda está no ar. Vão lá. http://www.quintaemenda.blogspot.com/

Falei.

domingo, 25 de julho de 2010

Coronéis do Século 21

No colégio, estudamos sobre o coronelismo, fase da nossa história em que os grandes senhores, em geral donos de terras, mandavam na política do país (http://pt.wikipedia.org/wiki/Coronelismo). Admito não lembrar se os professores disseram quando encerrou este período. Mas basta dar uma pesquisa rápida na política nacional para perceber que esta triste fase ainda não foi encerrada.

O representante mais visível de nossa história recente foi encarnado no finado senador baiano, Antônio Carlos Magalhães, que em seu estado era apelidado de Toninho Malvadeza. Com seu poder, mantinha um reino em forma de estado, elegendo com sua influência, deputados, prefeitos e até governadores. Sua influência no sertão miserável do Brasil perdura até hoje, com filhos e netos ainda comandando parte da política naquele belo Estado.

O mesmo acontece em relação ao nosso vizinho Maranhão, onde a família do senador José Sarney, que até hoje é carinhosamente chamado de presidente nos bastidores do poder, também mantém um feudo que atravessa décadas, elegendo uma pá de parentes na esteira de seu poder.

Localmente, temos ainda como maior representante desta vertente vergonhosa de poder, o deputado Jáder Barbalho, que já foi ministro, governador e senador. E que com salário de político fez uma fortuna até hoje inexplicada e aplicada em um grupo de comunicação. Coincidentemente, a exemplo de seus pares José Sarney e Antônio Carlos Magalhães.

O que além do termo coronelismo une estes senhores feudais, são as incontáveis denúncias de todos os tipos de crimes, sem que a justiça tenha condições, ou até mesmo leis efetivas que possam tocá-los. Leis sob a tutelas destes mesmos parlamentares e seus comandandos, abrigados nas casas legislativas de todo o país.

Jáder elegeu sob sua influência, deputados, como sua ex-mulher, prefeitos - incluindo aí um filho, e vereadores para o PMDB, o qual preside ad eternum em sua sucursal paraense. Se diz humoristicamente que os ribeirinhos do interior do Estado possem até hoje na parede de suas humildes casa, o cartaz de Jáder da campanha para governador de 82, momento em que ele teria representado uma mudança, na transição da pós-ditadura brasileira. Suas administrações são marcadas popularmente pelo lema do rouba mas faz e baseado nisso, ainda advém muitos de seus votos.

Mas mesmo com tanto "poder", os coronéis do século 21 enfrentam problemas sérios em suas carreiras. Foi assim com Sarney, com Antônio Carlos Magalhães e também com Jáder. Contra este há vários processos em tramitação e que por contar com sua condição parlamentar, corre em ritmo político no Supremo Tribunal Federal. A mais séria ameaça a sua carreira eletiva surgiu com a Lei do Ficha Limpa, que por ter vergonhosamente renunciado ao cargo de senador em 2001, num embate com também senador Antônio Carlos Magalhães (que também teve que renunciar), Jáder pode ficar sem poder concorrer novamente a uma cadeira no Senado Federal e de novo pode ser preso pela polícia federal, como em 2002.

Assim entende o Ministério Público Federal. Quais seriam as consequências para Jáder caso não possa concorrer e assim ficar sem mandato e com seus processos voltando à justiça comum ? Seria o início do fim de mais um coronel ? Nos resta esperar pelo julgamento do pedido de impugnação do MPF, cuja data ainda não foi informada.

Mas mesmo que possa concorrer, somente sua atuação, a exemplo dos coronéis de antigamente, com um pseudo poder sobre centenas de pequenos políticos pelo interior do Estado, pode levar Jáder de novo ao Senado, Já que a maioria esclarecida da capital Belém não o tem em grande consideração ?

A falta de informação aos eleitores mais distantes dos centros urbanos elegeria novamente o político que muito pouco faz de efetivo em seus mandatos legislativos, comumente identificado pela imprensa nacional como um dos mais faltosos do Congresso, e do qual não temos informação alguma sobre qualquer proposição de lei. Um resumo da atuação de Jáder parlamentar poder ser visto no portal Tranparência Brasil - http://www.excelencias.org.br/@candidato.php?id=422&cs=1.

Falei.

sábado, 24 de julho de 2010

União por Belém

Julho, mês das férias escolares, é o período do ano que costumeiramente dizemos que o belemense se muda. Se muda para ver os parentes no interior, se muda para as lindas praias de águas doces ou salgadas ou vai viajar, conhecer outras paragens. Belém fica vazia. É assim desde que aqui vim morar. O sentimento de que você deve deixar a cidade chega a ser intimidador. Ou você viaja - nem que seja para Outeiro -, ou você será discriminado quando todos ao seu redor perguntarem "pra onde você foi ?" você dizer que não foi a lugar algum.

No entanto noto neste julho, que a cidade não está vazia. Turistas do interior do Estado, de outras unidades da federação e muitos turistas estrangeiros estão na cidade. Isso é ótimo, pois Belém merece e precisa destes visitantes. É uma cidade bonita, mas muito maltratada. Até por sua população.

Muito lixo nas ruas, paredes pixadas, esgotos correndo pelo meio fio, trânsito desorganizado. Tudo isto compõe o cenário da cidade, fundada por portugueses e com uma arquitetura central que beira a contemplação, de tão bonita. É uma mina de ouro única.

Não podemos contar com a administração municipal para melhorias da cidade. Nem devemos esperar pela troca desta administração. Acredito que entidades de classe como Associação Comercial do Pará, Sindilojas, CDL, ADVB, Belém Convention & Visitors Bureau, por exemplo, deveriam ser unir para ações concretas, para definitivamente colocar Belém no mapa do turismo nacional e internacional. Não dá pra esperar pela Paratur e muito menos ainda pela Belemtur.

Gosto de andar pela cidade a pé. Gostaria muito mais se algumas ações fossem realizadas. Do mesmo modo acredito que os turistas que visitam a cidade, também gostariam.

O paraense é hospitaleiro e amável. Vamos aproveitar isso.

Falei

domingo, 18 de julho de 2010

Mestre Caravaggio


Notícia do final de semana correu o mundo. Uma possível nova obra de Michelangelo Merisi da Caravaggio, ou apena Caravaggio, teria sido descoberta, revela o jornal L''Osservatore Romano, do Vaticano. Não fala mais que isso, apenas que a obra está sendo estudada em local indeterminado. Isto na mesma semana em que os italianos relembram os 400 anos da morte do pintor barroco.

Em 1998, tive a grata e inacreditável chance de ver sua exposição em São Paulo, ainda que por acaso, pois fui a um almoço a convite da Epson, há uma quadra do MASP, onde acontecia a exposição. (http://veja.abril.com.br/120898/p_144.html)

É algo indescritível sua arte. Tamanha a beleza de suas obras. Sou grato ao acaso pela chance de ter visto a exposição e espero outra vez mais poder apreciar a técnica que faz com que quadros de quatro séculos, emitam luz e vida.

Indico aos que quisem conhecer um pouco mais do artista, visitar o Wikipedia, como ponto de partida (http://pt.wikipedia.org/wiki/Caravaggio). Suas obras podem ser vistas no link no final da página. Óbvio que não é a mesma coisa que vê-las ao vivo, mas pode-se observar a dimensão de suas criações.

Publico acima a primeira obra de Caravaggio, Le jeune Bacchus Malade - Pequeno Baco Doente (vers 1593), que está na Galeria Borghese, em Roma/IT.

Falei.

sábado, 17 de julho de 2010

A Tragédia das Armas

Em um planeta cada vez mais conectado e globalizado, em que governos começam a se unirem em blocos econômicos e políticos, em busca de ações conjuntas em prol de um bem comum, uma discussão deveria ser levada a sério, em minha simbólica opinião: devemos aumentar o controlar da fabricação de armas de fogo.

Estima-se que no Brasil estejam em circulação cerca de 18 milhões de armas de fogo. Estão na mão de militares, policiais, seguranças privados, donos de casa, traficantes, assaltantes. Ou seja, de todo mundo, mesmo com as recentes leis do país, que proibiu o porte para o cidadão comum. E que é correta. A nossa segurança é um dever do Estado, determinado pela constituição. Elegemos pessoas para isto.

Mas na prática, o Estado mal e porcamente mantém nossas fronteiras. Não tenho 500 anos de idade para afirmar com certeza de que nunca estivemos tão em risco em nossas ruas e casas. Somos alvos fáceis de maus agentes da lei, bandidos comuns, digitais, traficants, máfias e políticos corruptos.

Novamente por uma falha do Estado, que negligenciou uma geração de jovens, temos hordas de adolescentes infratores em todos os níveis na criminalidade, agindo por conta própria ou utilizados por meliantes de maior idade. Pois de acordo com o Estatudo da Criança e do Adolecentes, menores de 18 anos são inimputáveis criminalmente. Sem as políticas públicas necessárias, isso se tornou um paraíso para o crime. Porém, esse ponto deve ser foco de um outro post, em breve.

Acredito que para o Estado manter um nível mínimo de controle das armas circulantes, em primeiro lugar deve controlar sua fabricação, que hoje encontra-se nas mãos da iniciativa privada ou de estatais mistas. É um assunto delicado, pois envolve trilhões de dólares no mundo inteiro e chega a ser algo cultural, como dos norte-americanos, em ter armas. É para eles um hobby como para nós é o futebol, a ponto de ter entidades defensoras do direito do americano se armar, com congressistas eleitos. Fala-se em 150 milhões de armas nas mãos da população daquele país.

O comércio ilegal de armas no mundo, o qual também abastece o Brasil, movimenta igualmente somas absurdas de valores, contando com a passividade de governos, no intuito de "fortalecimento de suas indústrias". Indústrias da morte. Basta ver o arsenal que é apreendido pelas polícias dos Estados. É uma babel de armas, oriundas dos mais diversos paises.

O ponto que queria chegar é este: quantas gerações de humanos ainda vão morrer em nossas ruas, vitimadas por armas de fogo até que por exemplo, uma ONU, inicie uma campanha mundial de banimento ou minimamente controle de armas ? Que militares e policiais de todos os países ainda ostentem armas de fogo, mas que estas sejam apenas produzidas por indútrias estatais, sob rígido controle, para que não aconteça o que presenciamos nos dias atuais: a banalização no acesso às armas. É impossível conceber que uma indústria tão sensível esteja sob controle privado e que vise tão somente e apenas o lucro, sem levar em conta a tragédia das armas em nosso dia-a-dia.

Acredito que chegamos a um nível de conscientização e humanização, em que ações neste sentido devem ser levadas em discussão em nível global. Pois não é uma desgraça apenas brasileira. Longe de ser.

Falei.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tateando no escuro

É assim que vejo os políticos, de modo geral no mundo digital. Caminhando às cegas. Pude nestas últimas semanas fazer pesquisas e verificar a quantas andam a interação dos políticos com os navegagores-eleitores.

A grande maioria não possui sequer um site na rede Internet. Os vereadores que possuem contam-se nos dedos. Os governadores, senadores, deputados federais e estaduais só agora é que se mobilizaram para estabelecer seus pontos de presença na rede. Ainda assim nem todos. Muito menos um simples blog para expor suas idéias e ao menos uma foto e um email de contato. Deprezam assim um público formador de opinião, que munido ainda de um lento avanço na banda larga no país, é ávido por informação.

Quem dentre nós pode dizer o que seus representantes nas casas legislativas e executivas pensam e executam, tirando por uns poucos que se dignam a por exemplo, ouvir pelo rádio a Voz do Brasil ? Não havia interatividade, mesmo com os sites e blogs na Internet, existindo há vários anos.

Com o advento do microblog Twitter, é que pudemos há pouco mais de um ano, conhecer de perto algumas das idéias e posicionamentos de nossos políticos. Aqueles que tiveram coragem e capacidade para enfrentar cara-a-cara os internautas. Dentro de nosso imenso universo de políticos, estarei chutando por alto, se trezentos políticos relevantes estiverem presentes no Twitter. Afora que alguns entraram e tiveram que sair corridos, ante inacreditáveis asneiras ditas.

A maioria dos governadores estão no Twitter, ainda que sendo transcritos por assessores bem pagos. Uns poucos senadores, um punhado de deputados federais, e uma ínfima parte de deputados estaduais estão por lá. Prefeitos e vereadores é que não querem mesmo saber da interatividade da ferramenta, visto o estrago que esta possa causar em suas carreiras.

Pouquíssimos sites e blogs foram criados, mesmo pela maiores autoridades. Não sabe-se se, por causa da falta de conteúdo, de iniciativa para tal ou por não saber perceberem a grandiosa possibilidade de interação e repasse de informações ao eleitorado, infinitamente mais importante quanto prometer mundos e fundos durante alguns meses de campanha.

É neste ponto que alerto aos srs. políticos - aqueles que chegaram até aqui na leitura deste texto. Antes de se aventurarem apenas por modismo, ou uma suposta necessidade na rede Internet, avaliem a forma e que conteúdo disponibilizarão para nós, eleitores.

Posso citar bons exemplos de interatividade, o Senador Cristovão Buarque, bem como a governadora Ana Júlia, o deputado estadual Arnaldo Jordy e o agora candidato José Serra, que há muitos meses estão com blogs ou Twitter, e com eles souberam expor suas idéias, repassar informações importantes e não perderem a cabeça com ataques de pessoas mal educadas ou com interesses contrários, arregimentando leitores e quicá novos admiradores.

Por mais que o político ou o candidato esbanje simpatia, é de bom tom que haja um planejamento, mesmo que mínimo, da participação deste na rede Internet, para que as ferramentas não sejam utilizadas apenas superficiamente, mas como devem ser, informando e alimentando uma legião de jornalistas, eleitores, correligionários e a nova geração que cresce, já de olho no monitor.

Falei.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Novelo Errado

Quem acompanha o bizarro caso do goleiro Bruno pelos noticiários deve estar pasmo com o desenrolar da trama. Não apenas pela forma da morte de Elisa Samudio e de seu curioso histórico, mas pelos subcasos que a cada momento são revelados.

A primeira surpresa foi seu pai, que detém um ficha policial com inclusive uma condenação por pedofilia. Ele que estava diante das câmeras desde o início do escândalo, já sumiu.

Uma tatuagem nas costas do parceiro fraterno do Bruno, de apelido Macarrão, também surpreendeu o público que ainda estava ligado na Copa do Mundo. Que tipo de amizade esses dois homens teriam a ponto de um deles tatuar o nome e uma homenagem ao outro nas costas ?

E mais recentemente quem entrou no furacão desencadeado pelo sumiço da ex-amante do goleiro Bruno, foi a polícia civil e militar de Minas Gerais, que utilizava os serviços super especializados do suposto acusado de matar, cortar em pedaços e alimentar os cães, Elisa Samudio. Era no sítio deste que a elite das polícias de Minas Gerais realizava treinamentos. Durante anos.

É muita coisa errada. Tudo errado. Dai o desencadeamento de tantos fatos em paralelo. Resta-nos esperar pelo fim do desenrolar desta teia, torcendo para que muitos a tomem como exemplo, para evitar problemas sem um fim visível.

Falei

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Manchete açucarada

Quem viu a manchete de capa de O Liberal hoje (12/07) pensou: enfim esse país parece que entrou nos eixos. Mas o entusiasmo durava pouco. Mesmo com a manchete e o texto de chamada abaixo, quem lesse o texto no miolo veria que a informação de que o deputado federal e candidato ao senado pelo PMDB, Jáder Barbalho teve sua candidatura impugnada pelo Ministério Público Eleitoral era apenas um ensaio, uma vontade.

O fato real - que a manchete quis antecipar - é que o MPE apenas deu início ao processo de impugnação da candidatura do deputado federal que tenta novamente voltar ao senado federa, e que apesar de ser adjetivado de corrupto por boa parte do público, detém ainda um curral eleitoral capaz de facilmente elegê-lo até governador, caso tentasse. Ao menos as pesquisas apontavam isso.

Resta saber se vingará a ação do MPE, que no mesmo embalo tenta impugnar a candidatura também ao senado do igualmente deputado federal, Paulo Rocha, do PT. Ambas as ações são baseadas na recente Lei do Ficha Limpa, que como sabemos, recebeu mudanças em sua aprovação no Senado, que pode dar chances a interpretações judiciais imprevisíveis. O enquadramento na Lei do Ficha Limpa é o mesmo para ambos: renúncia aos respectivos mandatos antes da abertura de processo de cassação.

Resta saber como nossos magistrados farão a aplicação da Ficha Limpa. O futuro é incerto, apesar da evolução com a nova lei.

Ah sim. A matéria também citava o caso do ex-deputado pelo partido DEMOCRATA, Luis Sefer, médico condenado a 21 anos por pedofilia e que pelos motivos mais obscuros possíveis, está solto e mais inacreditavelmente ainda, concorre nestas eleições à câmara federal pelo PP. Mas isso nem dá para comentar, tamanho o absurdo.

Falei.

Bem-vindo para todos nós

É, eu aderi ao blog. Muitas idéias e nem todas não cabem apenas em 140 caracteres e nem nas lista de emails. Hora de botar a cara a tapa. Vamos ver onde isso vai dar !

Falei.